Não sei qual a melhor forma de descrever estes últimos dias, devido à velocidade dos acontecimentos.
Talvez, pelo início: comecei a trabalhar.
Sinceramente, nem me parece uma coisa relevante nestes dias.
O projecto começou com uma pontualidade nada alemã. Depois de viajar de Westerkappeln, onde passei a primeira semana, e de me perder nas ruas de Ibbenbueren que estava a explorar pela primeira vez, encontrei à porta do estúdio o primeiro colega de trabalho, o Niklas - que, como dizem os alemães, é um "Praktikant".
Foi com ele que saí logo no dia seguinte em reportagem, pela primeira vez como cameraman. Cortei algumas cabeças (até porque os alemães são, regra geral, todos mais altos que eu), mas de resto até me saí bem.
A equipa da televisão de hospital é constituída por mais 5 pessoas - dois responsáveis, dois "Zivis" e uma voluntária europeia, com quem já fiz uma segunda reportagem.
O Kanal 4 foi uma surpresa. Não que não seja aquilo que pensava que fosse; é sobretudo o que nunca sequer pensei. Uma verdadeira equipa, solidária tanto no trabalho como no ócio e ainda na aprendizagem de alemão. Ui, as palavras que já aprendi.
Iniciei também o curso de línguas. Como no secundário: com sotaque, divertida, confusa e com terríveis "Genitiv" e "Dativ" à mistura. Sem falar na persistência dos dois professores em falar alemão... Parece-me que a benevolência dos bons velhos tempos na escola não me pode salvar. Ou aprendo ou não me safo.
Para consolidar comecei também a ler literatura juvenil em alemão - o primeiro livro da saga Harry Potter. Por enquanto, a média vai em uma página por 20 minutos, devido à abusiva consulta do dicionário. E claro, também não faltam as listas de palavras em alemão, papelinhos colados na porta, cartazes na língua germânica... Vale tudo para aprender o mais possível.
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